Sem acordo por reajuste salarial, funcionários da Fundação Casa iniciam greve nesta quarta-feira

By David Monteiro
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Governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ofereceu aumento de 6% aos trabalhadores do sistema socioeducativo no mesmo dia que deu aumento médio de 20% a policiais. Grevistas impedem outros trabalhadores de entrar em unidade na Vila Leopoldina, na Zona Oeste.

Funcionários da Fundação Casa iniciaram greve na manhã desta quarta-feira (3) por não chegarem a um acordo de reajuste salarial com o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governo de São Paulo ofereceu reajuste de 6% nos salários, mas os trabalhadores discordaram do valor e mantiveram o plano de greve, que já havia sido votado e aprovado no sábado (29).

Segundo o governo de São Paulo (confira o posicionamento ao fim da reportagem), a proposta feita na terça-feira (2) impacta além do salário e incide em benefícios dos servidores (vale-refeição, vale-alimentação e auxílios creche e funeral). Caso aprovada, passa a valer a partir de junho.

A paralisação foi aprovada por 84% dos trabalhadores em assembleia. Assim, os funcionários estão oficialmente em greve desde as 0h desta quarta.

Grevistas iniciaram ato na unidade da Fundação Casa da Vila Leopoldina, na Avenida Doutora Ruth Cardoso, Zona Oeste da capital paulista. Eles impediram outros funcionários de entrarem na unidade.

A Polícia Militar foi acionada para acompanhar a manifestação por volta de 7h50. Segundo a corporação, “a manifestação está pacífica” e não interdita a avenida. “Os manifestantes estão impedindo os funcionários de entrarem na Fundação”.

Os trabalhadores têm uma audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta manhã. “Esperamos que com a questão da greve que iniciou hoje, que os deputados nos ouçam, que o governo venha aqui”, afirmou a presidente do Sindicato da Socioeducação de São Paulo (Sitsesp), Cláudia Maria.

O governo de SP obteve liminar no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) para que 80% do efetivo de servidores de cada área de atuação permaneça em seus postos de trabalho para a continuidade da execução da medida socioeducativa em todo o estado. Em caso de descumprimento, o Sitsesp será multado em R$ 200 mil ao dia.

Reajuste para policiais

No mesmo dia em que propôs 6% de reajuste aos trabalhadores da Fundação Casa, o governo paulista apresentou na Assembleia Legislativa de São Paulo proposta de reajuste salarial para policiais civis e militares. Conforme apurado pelo g1, os reajustes variam de 13% a 34%, com maiores valores para carreiras iniciais.

A Secretaria da Justiça e Cidadania, gerida pelo secretário Fábio Prieto no governo de Tarcísio, é responsável pela Fundação Casa. Em nota, a pasta afirmou que fez três reuniões neste ano com representantes dos funcionários antes de apresentar a proposta de reajuste.

Segundo o posicionamento, a Fundação concedeu 18,91% de reajuste para os servidores entre 2018 e 2022. O governo afirma que o reajuste incluiu os benefícios do vale-refeição, auxílio-creche e auxílio-funeral. “O vale-alimentação, por sua vez, teve elevação 45,42% no mesmo período”, afirma o governo.

A última das reuniões com os funcionários ocorreu na noite de terça-feira (2) com a presença do secretário da Casa Civil, Arthur Lima; do secretário da Justiça e Cidadania, Fábio Prieto; de secretarias do Governo do Estado de São Paulo, e da presidente do Sitsesp (Sindicato da Socioeducação de São Paulo), Cláudia Maria e diretores.

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